Concursos Federais: ministra anuncia projeto que cria novas vagas

O Governo Federal avançou em mais uma etapa do processo de valorização e modernização do serviço público. Em cerimônia realizada nesta segunda, dia 1º, no Palácio do Planalto, o presidente Lula e ministros anunciaram o envio ao Congresso de um Projeto de Lei (PL) que cria novas carreiras, reorganiza cargos e amplia vagas em órgãos da União.

A medida impacta diretamente os concursos federais e alcança cerca de 200 mil servidores ativos e aposentados, segundo o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI).

O pacote inclui ainda uma Medida Provisória (MP) que reajusta salários das forças de Segurança do Distrito Federal e dos policiais militares dos ex-territórios, tema este que será detalhado em matéria separada.

Segundo a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, o projeto de lei consolida acordos firmados ao longo de 2023 e 2024 com diversas categorias, especialmente após a instalação dos grupos de trabalho negociados com entidades representativas.

Entenda a criação das novas vagas em concursos federais

Durante o evento, a ministra Esther Dweck detalhou três grandes entregas que impactam diretamente a estrutura dos concursos federais.

Criação da carreira específica do Ministério da Cultura

O Ministério da Cultura passará a ter uma carreira própria, substituindo o modelo atual, que envolvia mais de 300 cargos distintos distribuídos entre Funarte, Ibram, Biblioteca Nacional e outras instituições.

A nova estrutura reunirá cargos de nível superior e nível médio. A carreira será centralizada no próprio ministério e terá como objetivo modernizar e valorizar o corpo técnico da Cultura.

Dweck afirmou que essa é “a maior reestruturação da Cultura em décadas”, destacando o envolvimento direto da ministra Margareth Menezes e das entidades do setor.

Nova carreira transversal de suporte administrativo

O governo também propõe a criação da carreira de Analista Técnico do Poder Executivo (ATE), reunindo mais de 255 cargos de nível superior que hoje estão dispersos entre diferentes órgãos.

A carreira reunirá cargos como:

  • administrador;
  • analista técnico-administrativo;
  • arquivista;
  • bibliotecário;
  • contador;
  • técnico em comunicação social;
  • e outros perfis administrativos

As mudanças incluem:

  • extinção de cargos isolados e dispersos;
  • criação de uma carreira única e transversal; e
  • padronização das funções de suporte da Esplanada.

Segundo o MGI, a aglutinação busca reduzir assimetrias salariais e aumentar a capacidade de retenção de profissionais estratégicos.

O PL transforma 9.981 cargos vagos em 7.937 cargos, sendo grande parte alocada nessa nova carreira transversal.

Criação de 8.600 cargos para a Educação

O projeto prevê uma das maiores ampliações recentes de vagas para universidades e institutos federais: 8.600 novos cargos efetivos.

A medida está alinhada ao plano de expansão apresentado pelo Ministério da Educação (MEC) em seus 95 anos, que inclui novos campi, aumento da oferta de cursos e reforço do ensino profissional e tecnológico.

Além das vagas, o PL:

  • regulamenta o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para servidores do PCCTAE;
  • reajusta valores de cargos de médico e médico veterinário da rede federal; e
  • estrura ganhos acordados com categorias da Educação desde 2023

Concursos Federais 2026 terão poucas autorizações e mais excedentes

Além do envio do novo projeto de reestruturação das carreiras públicas, a ministra Esther Dweck já havia antecipado, após as provas do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2025, que o cenário dos concursos federais em 2026 será mais restrito.

Segundo a ministra, a proposta orçamentária do próximo ano prioriza a convocação de aprovados e excedentes das últimas seleções, deixando espaço reduzido para novos editais no Executivo.

“Não vai ter CNU em 2026. A peça orçamentária já prevê chamadas de excedentes e poucas autorizações de concursos, então não teria justificativa para um novo CPNU”, afirmou Dweck em coletiva após acompanhar a aplicação das provas do CNU em Brasília.

A ministra também confirmou que:

  • novos concursos federais serão limitados, com autorizações apenas pontuais;
  • convocações de excedentes serão priorizadas ao longo de 2026; e um
  • novo CNU só deverá ocorrer em 2027, seguindo a ideia de tornar o modelo uma política pública permanente, com aplicação a cada dois anos.

Durante a visita ao local de provas, este ano, Dweck destacou ainda o bom comparecimento dos candidatos.

O CNU 2025 registrou abstenção de 42,8%, índice menor que o esperado, com 436.582 pessoas presentes na primeira fase.

Para os candidatos que obtiveram nota de classificação na prova objetiva, o MGI divulgou nesta segunda-feira, dia 1º, os locais para a realização da etapa discursiva. O exame ocorrerá no domingo, dia 7.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *