Por iniciativa da vereadora Ana Aline (PT), a Câmara Municipal de Caicó realizou, nesta terça-feira (10), audiência pública para debater a viabilidade e a importância da criação do curso de Agroecologia no Seridó. O encontro reuniu representantes da comunidade acadêmica, autoridades, produtores rurais, movimentos sociais, entidades de classe e demais interessados no desenvolvimento sustentável da região. A proposta visa implantar o curso no Campus Avançado de Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
A audiência teve início com palestra do professor Manoel Cirício Pereira Neto, doutor em Geografia, que destacou a relevância da agroecologia para o Seridó. “É um curso essencial para o futuro. Essa proposta, apesar de urgente, não é nova”, afirmou, lembrando que debates sobre o tema começaram na década de 1950. Ele reforçou a necessidade de discutir a assistência à zona rural e a relação entre sociedade e universidade.
Segundo a proposta apresentada, o curso de Agroecologia será de bacharelado, com duração de quatro anos e 30 vagas iniciais. Os profissionais formados poderão atuar em áreas como assistência técnica, gestão hídrica, recuperação ambiental, pesquisa e inovação.
A diretora do campus da UERN, professora Shirlene Mafra, avaliou a audiência como um ato de resistência diante da falta de políticas públicas e da necessidade de fortalecer a universidade. “Estamos lutando pela expansão dos cursos e pela melhoria da infraestrutura da UERN. O curso de Agroecologia representa um grande potencial para a região”, afirmou. O professor José Teixeira Neto, que assumirá a direção do campus de Caicó, reforçou a importância de a universidade ouvir as demandas da comunidade.
Por fim, a vereadora Ana Aline Morais enfatizou o caráter coletivo da discussão. “Hoje damos mais um passo nesse debate, mas é fundamental ampliar essa discussão na comunidade. O primeiro encaminhamento será uma reunião com a FAPERN (Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do RN) e, na sequência, encontros com a reitoria da UERN e a classe política”, concluiu.