Uma delegação do Hamas está no Cairo negociando com egípcios e catarianos um cessar-fogo de 60 dias que o presidente Donald Trump prometeu concluir na semana que vem, acrescentando que Israel já o aceitou.
O cessar-fogo não atende as exigências maximalistas de Israel e do Hamas, mas contém a proposta de que elas sejam negociadas durante os 60 dias de trégua. Nesse período, 10 reféns vivos e 18 mortos deverão ser trocados por um número de prisioneiros palestinos, não divulgado. Restarão outros 10 reféns vivos e 12 mortos para a extensão do cessar-fogo.
Israel quer a libertação de todos os 50 reféns, o exílio da cúpula do Hamas e a administração de Gaza entregue ao Egito, Jordânia, Emirados Árabes, Arábia Saudita e a palestinos não vinculados com a Autoridade Palestina, chefiada por Mahmud Abbas, em Ramallah, na Cisjordânia.
O Hamas quer a retirada total das forças de Israel de Gaza e o fim da guerra que completou hoje 635 dias, com mais de 56 mil mortos palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis de combatentes, que seriam cerca de 20 mil. Israel conta cerca de 2 mil mortos, incluindo 1.200 mortos durante a invasão do Hamas ao sul israelense, em outubro de 2023.
“Espero, para o bem do Oriente Médio, que o Hamas aceite este acordo, porque não vai melhorar – SÓ VAI PIORAR”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social. Ele receberá o premiê israelense Benjamin Netanyahu na próxima segunda-feira, pela terceira vez desde que assumiu o novo mandato, em janeiro.
A diferença entre a nova proposta de cessar-fogo e as anteriores, recusadas pelo Hamas, são as garantias, agora reforçadas, de que o fim da guerra será contemplado durante os 60 dias de trégua, e que Israel não a violará. Trump tem dito que “trabalhará para o fim da guerra”, uma frase que acomoda os dois lados.
“Digo a vocês: não existirá mais o Hamas”, disse o premiê Netanyahu durante uma visita a Ashkelon, nesta quarta-feira. Para ele, não há contradição entre acabar com o Hamas e libertar todos os reféns. “Ambos são possíveis”. A guerra de 12 dias contra o Irã o fortaleceu e melhorou seu índice de aceitação entre os israelenses.