Delegado da PF afirma que investigação sobre descontos indevidos do INSS ainda está no início

O delegado da Polícia Federal Carlos Henrique de Sousa disse nesta quarta-feira (28), na Câmara dos Deputados, que a Operação sem Desconto ainda está em uma fase inicial. “É um campo que se vislumbra muito maior”, afirmou ele.

A operação investiga um esquema de descontos irregulares e sem autorização em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As suspeitas atingem sindicatos, associações e servidores do órgão.

Segundo um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) usado como ponto de partida pela PF, os descontos em aposentadorias e pensões repassados a 11 entidades investigadas somaram cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Esses repasses associativos estão suspensos, e o governo estuda como devolver os valores cujo abatimento não foi autorizado pelos aposentados. O Ministério da Fazenda estima que o ressarcimento deverá ficar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões.

“Esse total é muito grande, mas não espanta, infelizmente”, disse Sousa. Segundo o delegado, como a movimentação da Previdência Social ultrapassa R$ 1 trilhão, “todas as fraudes, quando a gente aprofunda, realmente têm valor substancial”.

Para Sousa, o combate às fraudes contra aposentados exige medidas como o uso de biometria. “A PF sempre recomendou isso ao INSS. Alguns colegas apuraram no mestrado que, com a biometria, 58% delas poderiam ser evitadas”, explicou.

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