Esmarn realiza curso para formação de facilitadores em Justiça Restaurativa

Esta semana, a Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte, iniciou mais um curso de Formação Inicial de Facilitador em Justiça Restaurativa. Durante os encontros, estão sendo discutidos elementos estruturais dos Círculos de Construção de Paz (CCP) e sua relação com a Justiça Restaurativa, pré-condições para os Círculos de Justiça Restaurativa, o papel do facilitador e tipos, possibilidades e discernimento para aplicação desta metodologia.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Justiça Restaurativa é um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização de fatores relacionais, institucionais e sociais que motivam conflitos e violência. Desse modo, tal prática possibilita a resolução estruturada de conflitos que provocam danos, concretos ou abstratos.

Os CCP, por sua vez, são uma metodologia de Justiça Restaurativa, proveniente das práticas tradicionais dos povos indígenas da América do Norte, sistematizada especialmente pela professora e escritora Kay Pranis. A aproximação, então, cria um espaço seguro para o diálogo, reflexão e resolução de conflitos, em que todos os participantes têm voz igual e são valorizados igualmente.

Para a assistente social, Israella Gadelha, os conhecimentos obtidos durante as aulas ultrapassam os limites da prática profissional, atingindo também uma dimensão humana. “Acho que tudo que tenho vivenciado está me marcando de modo muito especial. Eu saio daqui com uma visão de mundo muito ampliada, agregando todo o conhecimento à minha vida cotidiana e profissional”, conta.

Danielly Peixoto, também assistente social, considera a iniciativa uma porta para novas experiências e conhecimentos. “O curso é intenso, principalmente quando conhecemos realidades que não são como a nossa. A gente sai um pouco de nosso conforto e adentra em uma realidade que não conhecíamos e adquirimos um conhecimento que não tínhamos. Isso choca bastante! Vivenciar, de alguma forma, a realidade do outro, é incrível”, revela.

Cláudia Simone Melo, uma das mediadoras do curso, comenta que o curso promove, para cada participante, uma restauração a partir de si mesmo. “Ministrar esse curso é um grande prazer e privilégio, pois aprendemos mais do que ensinamos. A gente sai enriquecida, com muitas experiências belíssimas, pois o curso promove isso, uma restauração a partir de si”, declara.

Lénora Bezerra, pedagoga, que compartilha a docência do curso com Simone, ressalta a gratidão em poder assumir o papel de mediadora. “A cada curso que conseguimos realizar, passamos a ser guardiões de histórias de todos os alunos. A peça de centro é a nossa história que está sendo contada e simboliza o que é o curso de justiça restaurativa e o que é se permitir se reencontrar, se conectar e se perceber”, completa.

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