A governadora do RN, Fátima Bezerra, participou neste sábado, 8, do Fórum Esfera Nacional que está sendo realizado na cidade de Guarujá, em São Paulo.
O Fórum Esfera Brasil foi criado para fomentar o pensamento e o diálogo sobre o Brasil e promover reflexões junto aos empresários, empreendedores e a classe produtiva. Tem caráter independente e apartidário e a missão de engajar líderes em prol do Brasil, gerando discussões que vão permitir a construção de um País melhor.
Fátima Bezerra participou do painel “O Brasil na Liderança da Sustentabilidade Global” ao lado da governadora de Pernambuco Raquel Lira e dos empresários Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS (JBSS3), empresa que é uma das maiores produtoras de proteína animal do mundo, Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell no Brasil e Maurício Metz, diretor industrial da siderúrgica Gerdau.
Questionada sobre a exploração de petróleo na margem equatorial – que compreende o litoral localizado entre o Rio Grande do Norte e o Amazonas – Fátima Bezerra disse que “no contexto hoje da transição energética a atividade petrolífera ainda tem grande papel a desempenhar, inclusive para o desenvolvimento econômico e social gerando emprego, melhorando a renda e contribuindo para incrementar as receitas tributárias através dos royalties. E o meu estado é exemplo disso, quando a cadeia petrolífera é responsável por 20% da arrecadação”.
Fátima acrescentou que “nossa expectativa é que se confirme a exploração de petróleo e gás na margem equatorial iniciando novo ciclo na produção e no desenvolvimento econômico e social sustentável. No Nordeste temos os melhores recursos para produção de energia, inclusive com o incremento da atuação da Petrobras para financiar a transição energética, neste momento que se apresenta como uma importante janela de oportunidades que não deve ser perdida”, pontuou.
O presidente da Shell, Cristiano Pinto Costa reforçou as considerações de Fátima de Bezerra e defendeu a utilização simultânea de várias fontes de energia, como vem ocorrendo. E reforçou também a avaliação da governadora do RN sobre os dias atuais como grande janela de oportunidades.
Sobre projetos para energias renováveis, a governadora do RN e presidente do Consórcio Nordeste disse que o RN já tem o projeto do Porto Indústria Verde – elaborado pelo Governo do Estado em conjunto com universidades e instituições sociais, que agora está em estudos complementares junto ao BNDES para ser viabilizado através de Parceria Público Privado – PPP.
“O Brasil é o sexto país em produção de energias renováveis. No Brasil o Nordeste produz 90% das renováveis. E ainda temos grande potencial offshore, inclusive para produção de hidrogênio e amônia verdes” enfatizou para citar que “o RN e os estados da região Nordeste se antecipam e estão criando os seus marcos regulatórios, mas falta o nacional que é atribuição do Congresso Nacional”, cobrou. Concluindo sua explanação, Fátima registrou: “Temos uma grande riqueza que deve servir não apenas para vender para o mundo, mas também para trazer desenvolvimento, emprego, renda e qualidade de vida para a nossa população”.
Porto-Indústria Verde
O Porto-Indústria Verde, que recebe a qualificação de “verde” por lidar com produção de energia limpa, é uma estrutura voltada para energia eólica offshore (no mar) e para a produção de outros produtos ligados às energias renováveis, como o hidrogênio verde (H2V) – podendo dar suporte também aos setores da mineração, do petróleo e gás, da fruticultura, do sal e da pesca. O porto, que já possui um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, realizado em parceria com a UFRN, está orçado em R$5,6 bilhões. Os estudos apontaram o município de Caiçara do Norte, litoral Norte do estado, como a região que melhor responde aos critérios de área para a instalação desse equipamento no Rio Grande do Norte.