‘Juntos construiremos um Brasil mais justo’, diz Lula na Conferência da Igualdade Racial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira (15/9) da cerimônia de abertura da 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), um espaço multicultural e de debates conjuntos da sociedade civil e do poder público. A conferência ocorre até a próxima sexta-feira (19), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com o tema Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial.

“Eu sou muito grato por essa conferência. Se não fosse a persistência de vocês, se não fosse vocês terem uma causa e levantar todo dia, enfrentando adversidades, preconceitos, provocações e se vocês não persistissem, não acreditassem naquilo que vocês sonham, possivelmente a gente não teria feito essa conferência com essa dimensão”, afirmou o presidente.

Lula destacou que considera inadmissível que jovens e mulheres negras sejam as maiores vítimas das violências no país. E pontuou que o racismo é um crime que precisa ser erradicado.

Nossa luta é para que ninguém sofra qualquer tipo de preconceito: pela cor da pele, pela orientação sexual, pela fé que professa, ou por qualquer outro motivo. É para vivermos numa sociedade igualitária que precisamos seguir lutando. O governo, criando as políticas públicas de promoção da igualdade racial. E vocês, brigando e nos dizendo o que mais precisa ser feito”, declarou o presidente.

“Tenho certeza de que juntos construiremos as bases de um Brasil mais justo e inclusivo. Um país em que todas e todos sejam tratados com respeito, igualdade e dignidade”, concluiu.

COLETIVIDADE — Na abertura do evento, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, lembrou que se passaram 20 anos desde a primeira Conapir e sete anos entre a edição anterior e a atual. “Foi pelas mãos do povo brasileiro que o senhor, presidente, voltou ao comando deste país para poder proporcionar momentos democráticos como esse. A gente sabe que só se constrói política pública de qualidade com o povo e na coletividade. E é assim que nosso governo tem atuado desde o início”, afirmou.

“É tempo de defender nossa soberania e é por isso que a gente está aqui hoje, lado a lado com lideranças negras, quilombolas, povos de terreiro, LGBTs, indígenas e ciganos de todo o país para debater e reafirmar: só existe democracia forte se buscarmos justiça racial e reparação”, completou a ministra.

Cerca de 1,7 mil delegados representantes da população negra, das comunidades quilombolas, povos e comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiros, povos ciganos, indígenas e da população negra LGBTQIA+, juventude e mulheres negras devem participar do evento. Nos cinco dias da conferência, os participantes vão discutir e propor ações e políticas fundamentais para a superação das desigualdades, enfrentamento ao racismo e desenvolvimento sociopolítico de toda a sociedade.

AVANÇOS — Representante do território étnico quilombola de Alcântara (MA) na Conapir, Valdirene Mendonça ressaltou que, devido ao repasse de recursos federais, os membros da comunidade estão realizando ações voltadas para a melhoria da agricultura familiar e da pesca. “Cada passo que damos é o fruto da luta coletiva, da resistência ancestral e da esperança que nos move. É uma honra poder compartilhar nossas conquistas, nossos desafios e reafirmar o nosso compromisso com a construção de um Brasil mais justo”, declarou.

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