Mulheres respondem por 60% das inscrições para o Concurso Nacional Unificado 2

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) consolida-se como uma das maiores e mais inovadoras seleções públicas da história do Brasil. Com 761.528 inscrições homologadas, o certame avança em sua proposta de ampliar o acesso ao serviço público federal com representatividade social, territorial e de gênero: as mulheres representam 60% das pessoas inscritas e são maioria entre os inscritos em todas as regiões do país.

Coordenado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o concurso abrange 32 órgãos e entidades da administração pública federal, com provas previstas para 5 de outubro (objetiva) e 7 de dezembro (discursiva), em 228 cidades de todos os estados e no Distrito Federal.

Os dados confirmam um movimento potente: ao todo, o CPNU 2 registrou 456.300 candidatas, frente a 305.180 homens. Outros 48 candidatos se identificaram com o campo “não especificado” em sua base cadastral. A presença feminina se destaca nos seguintes blocos:

  • Bloco 1 – Seguridade Social: 104.240 mulheres (82% do total)
  • Bloco 2 – Cultura e Educação: 49.812 mulheres (71%)
  • Bloco 8 – Saúde (Intermediário): 30.366 mulheres (82%)
  • Bloco 5 – Administração: 104.198 mulheres (60%)
  • Bloco 7 – Justiça e Defesa: 30.833 mulheres (57%)

Os blocos 6 e 9 apontam um equilíbrio maior no número de inscritos por gênero. No Bloco 6 – Desenvolvimento Socioeconômico, as mulheres representam 48% das inscrições, com 21.354 candidatas frente a 23.082 homens. Já no Bloco 9 – Regulação (nível intermediário), que registrou o maior número de inscrições do concurso, a distribuição ficou praticamente empatada: 88.062 mulheres e 89.521 homens.

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Fonte: MGI

N o Bloco 3, de Ciências, Dados e Tecnologia, 70% dos inscritos são do sexo masculino (25.132); e no Bloco 4, de Engenharias e Arquitetura, 59% são homens (24.506). S egundo a análise da secretária-executiva do MGI, Cristina Mori, esse número não é reflexo de menor capacidade feminina nessas áreas, e sim da permanência de barreiras sociais. A falta de referências femininas e o menor estímulo à presença de mulheres em cursos técnicos e engenharias continuam impactando decisões profissionais, muitas vezes antes mesmo da escolha do curso superior. “Mudar esse cenário exige políticas de incentivo, valorização da diversidade e inclusão ativa também nas carreiras estratégicas. A medida de paridade de gênero na convocação da prova discursiva é um passo importante nesse caminho, adotada dentro do CPNU 2”, reforça.
Fonte: MGI

Adesão nacional

A predominância feminina nas inscrições do CPNU 2 se confirma em todas as regiões do país, com destaque para estados do Sudeste, Nordeste e Norte. No Rio de Janeiro, por exemplo, as mulheres correspondem a quase dois terços dos inscritos: foram 68.317 candidatas, o que representa 63% das 108.828 inscrições homologadas no estado.

No Distrito Federal, sede de diversos órgãos públicos federais, 64.798 mulheres se inscreveram, totalizando 63% das 102.923 inscrições confirmadas na unidade federativa. A capital federal segue como uma das mais relevantes em volume de candidaturas femininas, o que reflete o interesse das mulheres por carreiras estratégicas da administração pública.

Em São Paulo, maior estado da federação em termos populacionais, as mulheres também lideram as inscrições: 42.793 candidatas, frente a 34.887 homens. O mesmo ocorre na Bahia, com 40.842 mulheres inscritas, representando 62% do total de candidaturas no estado, e em Minas Gerais, onde 29.218 mulheres responderam por 57% das inscrições locais.

A presença feminina também é expressiva em Pernambuco , que registrou 22.911 inscrições femininas (60%), e o Ceará teve 15.674 mulheres inscritas, frente a 11.931 homens. Na Paraíba, 8.658 mulheres se inscreveram, representando cerca de 57% do total estadual.

No Norte do país, estados como o Pará e o Amazonas também registraram predominância feminina. O Pará teve 22.415 mulheres inscritas, o que representa mais de 62% do total, enquanto o Amazonas teve uma distribuição parecida : 10.624 mulheres e 6.869 homens (60%) .

Confira a tabela completa de inscrições por UF

UF Feminino Masculino Total % Feminino
RJ 68317 40511 108828 62,8
DF 64798 38125 102923 63
SP 42793 34887 77680 55,1
BA 40842 24755 65597 62,3
MG 29218 21922 51140 57,1
PE 22911 15369 38280 59,9
PA 22415 13542 35957 62,3
GO 1685 10931 27781 60,7
CE 15674 11931 27605 56,8
MA 15331 9922 25253 60,7
RS 10612 8233 18845 56,3
PR 10073 8603 18676 53,9
PI 10714 6957 17671 60,6
AM 10624 6869 17493 60,7
RN 10150 7051 17201 59
PB 8658 6296 14954 57,9
SE 7425 4932 12357 60,1
MT 7208 5088 12296 58,6
SC 6128 5008 11136 55
AL 6206 4302 10508 59,1
ES 5690 4486 10176 55,9
RO 4912 3139 8051 61
MS 4665 3268 7933 58,8
TO 4509 2947 7456 60,5
AP 4203 2557 6760 62,2
RR 2934 1898 4832 60,7
AC 2440 1661 4101 59,5

Fonte: MGI

Fonte: MGI

Serviço público justo, plural e eficiente

A ampla adesão das mulheres em todas as regiões e na maioria dos blocos temáticos demonstra não apenas interesse, mas também disposição para ocupar espaços públicos de decisão e atuação profissional qualificada. Em um marco inédito, o CPNU 2 incorporou ao edital um critério técnico de paridade de gênero para a convocação da prova discursiva. A medida tem como objetivo ampliar a presença de mulheres nas etapas decisivas do concurso — especialmente nas carreiras onde ainda enfrentam sub-representação, apesar da elevada qualificação.

Funciona assim: caso o percentual de mulheres classificadas para a discursiva em determinado cargo ou especialidade fique abaixo de 50%, será aplicado um ajuste técnico na nota mínima, desde que existam candidatas não eliminadas. O critério não interfere na classificação final, que segue sendo por mérito. Nenhum homem previamente classificado será excluído, garantindo equilíbrio sem prejuízo à equidade ou à competitividade.

A medida de paridade de gênero na convocação para a prova discursiva é mais uma etapa nesse caminho e aproxima o serviço público das múltiplas faces do Brasil real. “Ao apostar na diversidade como vetor de eficiência, o CPNU 2 inaugura uma nova forma de pensar o ingresso no serviço público: uma seleção mais justa, mais humana e mais próxima de quem ela realmente deve servir: todas e todos os brasileiros”, reforça a secretária Cristina.

O edital também prevê condições adequadas para gestantes e lactantes, como tempo adicional para amamentação, além de outros atendimentos especializados nos dias de prova.

Cronograma oficial

Prova objetiva: 5/10/2025

Divulgação da objetiva e convocação para a discursiva: 12/11/2025

Envio de títulos: 13 a 19/11/2025

Prova discursiva: 7/12/2025

Verificação de cotas: 30/11 a 8/12/2025

Resultado final previsto: 30/01/2026

Saiba mais e acesse o edital completo em: gov.br/concursonacional

 

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