Dois professores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte estão entre os concorrentes ao Prêmio Jabuti 2025, a mais importante premiação da literatura brasileira. Késsia Pessoa, gestora da Escola Estadual 4 de Março, em Canguaretama, disputa na categoria Educação, enquanto José Osório de Lima Filho, professor mediador de leitura da Escola Estadual de Tempo Integral Professor Antônio Dantas, em Apodi, está inscrito na categoria Biografia e Reportagem.
A obra de Késsia, intitulada “Uma escola que sente: narrativas reunidas”, narra o processo de reinvenção da escola 4 de Março, que quase foi fechada por falta de estudantes, mas que hoje é uma das mais procuradas da cidade. O livro revela o caminho trilhado a partir de um projeto de gestão participativa, com escuta ativa da comunidade, plano de ação estratégico e forte envolvimento dos professores. “Construímos a escola junto com a comunidade, daí o sentimento de pertencimento. A diferença da escola é o trabalho em equipe”, conta Késsia. “Quero que as pessoas acreditem, de fato, na Educação. É uma luta que todos devem assumir”, acrescenta.
A escola, que tinha cerca de 50 estudantes, hoje soma quase 400 alunos matriculados. Entre as conquistas, estão prêmios como a Olitef — Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira —, visitas da Unesco e do Unicef, e o reconhecimento do Ministério da Educação, que convidou a unidade para representar o RN em evento nacional.
O professor Osório de Lima traz à tona um relato sobre a saúde mental no Brasil com “A Morte Social do Indivíduo – A história nua e crua de um esquizofrênico sofredor”, obra lançada pela Editora Paruna Libres (SP). Com um olhar sensível, o autor constrói uma narrativa sobre exclusão, dor e superação, baseada em uma história real. “É uma obra que mostra uma anamnese e uma catarse, demonstrando como ocorreu o processo de superação e, consequentemente, de conquista”, explica.
Natural de Apodi, Osório é formado em História pela UERN, especialista em História do Brasil pela Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor de karatê e faixa preta da Associação Shoto Tigre de Karatê (ASTK). “Fiquei emocionado e confiante com a notícia que meu trabalho tinha sido indicado”, destaca.
A conquista foi celebrada pela secretária de Estado da Educação, Socorro Batista, que destacou o papel da rede estadual na promoção da leitura e na valorização de seus educadores. “Ver nossos professores concorrendo ao Prêmio Jabuti é um marco histórico para a educação do Rio Grande do Norte. São histórias reais, escritas com coragem e vividas na sala de aula. Isso mostra que a escola pública transforma vidas, inclusive a dos próprios educadores. Estamos muito orgulhosos”, afirmou a gestora.
A lista de semifinalistas do Prêmio Jabuti ainda será divulgada pela Câmara Bra