SUS tem o maior programa público de vacinação da América Latina

Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado em 1973, dezessete anos antes do nascimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1990, quando o SUS foi instituído, o calendário do PNI já incluía duas vacinas: contra o sarampo e contra a poliomielite . Após 35 anos, o PNI é considerado o maior programa público de vacinação da América Latina. Hoje, oferta 48 imunobiológicos, sendo 31 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas.

Ao longo dos anos, as ações do PNI contribuíram para marcos como a erradicação da poliomielite, em 1994, até resultados mais recentes como a recertificação de país livre de sarampo pela OPAS. Além disso, o Brasil foi pioneiro na oferta de vacina contra a dengue . A vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% de pneumonias em crianças menores de 2 anos, também chegará ao SUS até o final de 2025.

A técnica em enfermagem Dora Couto (57) dedicou 22 anos de sua vida para imunizar milhares de pessoas nas salas de vacinação do Distrito Federal, o que a tornou uma referência no cuidado à saúde da população. Com a voz embargada, ela relembra com carinho dos momentos vividos: “Eu sinto muita saudade, a gente se apega à rotina. Sempre que ia vacinar as crianças, eu tentava acalmá-las e falava que era uma furadinha de amor”, conta.

Vidas transformadas pelo Brasil Saudável

Programa Brasil Saudável , uma iniciativa do governo federal para enfrentar problemas sociais e ambientais que afetam a saúde de pessoas em maior vulnerabilidade social, garantiu a eliminação da filariose linfática no Brasil em 2024.

Edson José (60), morador de Jaboatão dos Guararapes (PE), última cidade a registrar casos da filariose linfática no país, convive há 13 anos com as sequelas da doença, como a elefantíase na perna direita. “É graças ao programa Brasil Saudável e ao SUS, que hoje posso fazer o tratamento com dignidade. É muito bom saber que essa doença foi eliminada no país”.

Neste ano, a pasta também solicitou à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado pela eliminação da transmissão vertical do HIV , resultado de anos de investimento em testagem, tratamento antirretroviral e acompanhamento contínuo de gestantes e bebês. Essa conquista colocará o país entre os poucos países do mundo a alcançar esse feito, reforçando o papel do SUS como referência internacional em políticas de saúde pública.

“Esse pedido da certificação representa um momento histórico para o Brasil. É o reconhecimento internacional de que o SUS, com toda a sua rede de cuidado, tem conseguido impedir que crianças nasçam com HIV. É a prova de que a saúde pública importa”, reforça a artista Micaela Cyrino, que vive com HIV desde o nascimento por infecção vertical.

SUS presente em todos os lugares

Garantir que a água que chega às torneiras dos brasileiros seja limpa e própria para consumo também é uma das missões do SUS. O Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) reúne ações contínuas das autoridades de saúde em todas as esferas de governo, com um objetivo claro: assegurar água em quantidade suficiente e com qualidade nos padrões de potabilidade definidos pela legislação.

Cursando a faculdade de Direito, em Mato Grosso, antes mesmo da criação do Vigiagua, Telma Monteiro (62) lutava para que todas as pessoas tivessem acesso a uma água de qualidade. “Eu não sou só apaixonada, eu tenho um amor imenso pela questão que envolve o programa Vigiagua no país”.

Para planejar políticas públicas e criar programas que ajudem a reduzir o impacto das doenças crônicas não transmissíveis como diabetes hipertensão é importante conhecer a população. Pensando nisso, o Ministério da Saúde implantou, em 2006, o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico , mais conhecido como Vigitel.

Realizado nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal, o Vigitel coleta, todos os anos, informações por meio de entrevistas telefônicas. Com os dados, é possível acompanhar a evolução de hábitos, riscos e fatores de proteção da população, orientando estratégias de prevenção e cuidado.

Pela primeira vez, após 18 edições, o Vigitel vai ser expandido para além das capitais brasileiras. Essa ampliação representa um avanço importante na vigilância em saúde, alinhado ao compromisso do SUS com a equidade e a integralidade do cuidado.

 

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