Lançado no final de 2023, o projeto Diplomação da Resistência, instituído pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP, tem como objetivo conceder diplomas honoríficos aos 31 estudantes mortos durante a ditadura militar brasileira, a fim de reparar as injustiças e honrar a memória dos ex-alunos da Universidade de São Paulo. A Faculdade de Educação (FE) da USP realiza a cerimônia de diplomação honorífica da estudante de pedagogia Lígia Maria Salgado Nóbrega, no dia 3 de abril, às 16h, no Auditório da FE.
Lígia Maria Salgado Nóbrega foi militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) e uma das vítimas da Chacina do Quintino, no Rio de Janeiro, em 1972. Grávida de James Allen da Luz, um dos líderes da VAR, ela morreu durante um cerco policial à casa 72, no bairro de Quintino. A versão oficial dizia que os militantes resistiram à abordagem, mas investigações recentes indicam que a execução foi arbitrária.
Laudos cadavéricos não encontraram pólvora nas mãos das vítimas, e testemunhas afirmaram que não houve resistência. A Comissão Estadual da Verdade revelou que os militantes foram executados e torturados. A família de Lígia soube de sua morte apenas por meio de uma notícia na televisão, dois dias depois de ser informada de que ela estava viva e ferida.
Em tempo: Nascida em Natal, no dia 30 de julho de 1974, Lígia Maria Salgado Nóbrega viveu desde criança em São Paulo.